quarta-feira, 6 de agosto de 2014

As melhores proteínas ao melhor preço


Não é apenas na particular altura que atravessamos que costumo chamar a atenção para os benefícios de comer ovos. Se em época de crise há quem ache que é importante reduzir despesas, eu entendo que é importante saber sempre gerir o orçamento para não entrarmos em crise. Porque uma crise financeira pode muito bem levar a uma crise alimentar, logo, a uma crise na saúde.

Aquilo que mais pesa na nossa alimentação é o consumo desproporcionado de proteínas fornecidas por alimentos que são os mais caros do mercado. Na realidade, as carnes, peixe, moluscos e mariscos são mais dispendiosos do que qualquer outro alimento. Além de que, normalmente, se comem em quantidades excessivas, sobretudo as carnes. No entanto, os ovos, igualmente bons fornecedores proteicos, são incomparavelmente mais baratos. Talvez por isso não se lhes dê a devida importância. Ainda se associa a qualidade ao preço. Por isso a sopa e o pão são para os pobres, segundo muitas cabeças.

Os ovos possuem proteínas de elevada qualidade, diz-se com o mais elevado valor biológico, servindo de referência os outros alimentos. São, desde há muitos séculos, alimentos comuns na cozinha, e sobretudo em pastelaria. Como são fáceis de obter, foram, em tempos, alimentos importantes na dieta de pessoas com fracos recursos económicos. Hoje em dia, dado o acesso cada vez maior a alimentos de baixo custo, os ovos são cada vez mais esquecidos, pese embora a sua valorosa constituição nutricional. Em boa verdade, são os alimentos mais nutritivos que podemos comprar.

As proteínas do ovo são então as mais completas no que respeita à proporção e quantidade de aminoácidos essenciais, isto é, as que permitem ao organismo "fabricar" as suas próprias proteínas. Além disso, os ovos contêm uma gama variada de vitaminas do grupo B, sobretudo a B2 e a B12, vitamina A e vitamina D. Na sua constituição, encontramos também fósforo, cálcio, iodo, magnésio, zinco, selénio, ferro e sódio. Apesar do seu elevado teor em colesterol, cerca de 400 mg por 100 g que apenas existe na gema, têm baixo valor calórico e poucas gorduras saturadas, o que permite a sua utilização mesmo em dietas de pessoas com hipercolesterolemia (colesterol sanguíneo elevado). Segundo as mais recentes pesquisas o fator que mais responsabilidade tem na elevação do colesterol sanguíneo é, não tanto o teor de colesterol dos alimentos, mas a quantidade de gorduras saturadas que existem na sua constituição. Dito de outra forma, para excluir os ovos de uma dieta teria que proibir, também, a carne vermelha e os laticínios.

A cor da casca reflete a qualidade nutricional do ovo?
Ao contrário do que se pensa, a cor da casca depende apenas da raça da galinha e não faz adivinhar o valor nutritivo do ovo. Antigamente, a cor da gema poderia refletir a qualidade do ovo uma vez que só as galinhas que se alimentavam de forma natural produziam ovos com a gema bem amarela. Hoje em dia, uma vez que se adicionam pigmentos sem qualquer valor nutricional às rações das galinhas de cativeiro, nem sempre é possível garantir que a cor da gema seja reflexo de uma maior riqueza nutritiva. Só quando são de produção caseira conhecida...

Porque se classificam os ovos?
A classificação dos ovos refere-se ao seu grau de frescura e modo de conservação (se são ou não refrigerados) e ao tamanho dos mesmos. Não ao seu valor nutricional.

Em jeito de conclusão
Consumidos com moderação (*) e, sobretudo, integrados numa dieta saudável que inclui poucas gorduras animais e trans, a quantidade adequada de produtos hortícolas e frutos, e desde que não se seja alérgico aos mesmos, os ovos podem e devem ser incluídos nas dietas de todos, sobretudo crianças (com mais de um ano), adolescentes e idosos, por serem fáceis de obter, nutritivos, de fácil e versátil preparação culinária e baratos.

(*) As pessoas saudáveis podem consumir até quatro ovos por semana, de preferência um de cada vez.

in: http://www.educare.pt/opiniao/artigo/ver/?id=11737&langid=1

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