quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Baixa de açúcar e “quebra” de tensão

Paula Veloso*


Chama-se baixa de açúcar ou hipoglicemia quando os valores da glicose (açúcar) no sangue são iguais ou inferiores a 60 mg/dl. Embora na maioria dos casos não se tenha à mão um medidor da glicose sanguínea, é importante saber avaliar os seus sintomas para que a situação se possa corrigir rapidamente.

Alguns pacientes relatam-me que por vezes sofrem uma quebra de tensão, associando-a a sintomas como tremuras, fraqueza, tonturas ou sensação de desmaio. No entanto, na generalidade dos casos, esses sintomas resultam de uma baixa de açúcar e não de uma quebra de tensão, embora em certos casos a primeira possa provocar a segunda.

Chama-se baixa de açúcar ou hipoglicemia quando os valores da glicose (açúcar) no sangue são iguais ou inferiores a 60 mg/dl. Embora na maioria dos casos não se tenha à mão um medidor da glicose sanguínea, é importante saber avaliar os seus sintomas para que a situação se possa corrigir rapidamente. Há situações mais ou menos graves e podem manifestar-se quer em doentes diabéticos quer em pessoas quem não sofrem desta patologia.

Uma baixa de açúcar ligeira origina alguns sintomas desagradáveis como suores, fome, tremuras, ou falta de forças, mas uma baixa de açúcar grave e prolongada pode provocar coma e até a morte se não for tratada atempadamente, uma vez que a glicose é o alimento primordial do cérebro e se esta não lhe for facultada com a devida regularidade poderá conduzir a alterações cerebrais graves.

Os casos mais graves verificam-se habitualmente em doentes diabéticos e nos insulinodependentes e estão habitualmente relacionados com uma inadequada ingestão alimentar ou exercício físico excessivo relativamente à dose habitual de insulina. Constato com frequência, que nos diabéticos não dependentes de insulina a preocupação é tomarem os hipoglicemiantes orais (comprimidos para baixar o teor de açúcar no sangue) não se preocupando, muitas vezes, com o que comem e com os horários das refeições. Se tomam comprimidos para baixar o açúcar no sangue e este, porque não foi feita uma refeição no tempo certo, já estava baixo, baixará ainda mais, podendo surgir sintomas de hipoglicemia. Por isso, sobretudo nos doentes diabéticos, quer sejam ou não dependentes de insulina, a alimentação é um ponto fundamental no seu tratamento e não pode, em caso algum, ser menosprezada ou negligenciada. Infelizmente constato que, não raras vezes, os doentes são medicados para esta doença, mas muito pouco informados no que respeita ao número, horas e composição das suas refeições.

Nas outras pessoas a quem não foi diagnosticada diabetes, sintomas semelhantes podem surgir quando estão muitas horas sem comer. Embora o organismo tenha mecanismos de compensação para colocar a glicose no sangue a partir de reservas que existem no fígado, a verdade é que as reservas hepáticas deste nutriente não duram sempre e nem sempre o sistema funciona na perfeição. Por isso, o melhor remédio está em prevenir esses episódios.

Como fazê-lo?
Tal como se deve recomendar aos doentes diabéticos, todas as pessoas deverão comer respeitando intervalos entre as refeições que não devem ser superiores a três horas e meia, ingerindo as quantidades de alimentos estritamente necessárias à manutenção de um peso saudável e em que os hidratos de carbono de absorção lenta contribuam com pelo menos 50% do total calórico. Por isso, mesmo quando se pretende emagrecer, os hidratos de carbono são obrigatórios!

O que fazer se as hipoglicemias são frequentes?
Quando se sofre pontualmente de hipoglicemias porque houve uma desatenção ou um qualquer impedimento para comer no intervalo desejado, dois pacotes de açúcar ou um sumo de fruta natural ou de garrafa que contenha açúcares de absorção rápida deverão solucionar o problema acabando com os sintomas. Se fizer uma refeição os sintomas desaparecerão também, contudo esse processo será muito mais demorado.

Se sofre de hipoglicemia com frequência ou a seguir às refeições, deverá consultar o seu médico para despistar possíveis causas para o problema. Se o fizer, poderá ajudar o clínico a fazer melhor o diagnóstico se lhe levar anotadas algumas informações dos seus hábitos e sintomas:
- Faça um diário alimentar durante pelo menos um mês, registando tudo o que comeu e bebeu e a que horas o fez;
- Se pratica exercício físico ou o faz esporadicamente, anote-o também, especificando o tipo de exercício e a sua duração;
- Registe nesse mesmo diário o que sentiu (sintomas) e a que hora do dia;
- Se tiver alguma outra ideia do que os pode ter provocado, registe-a também;
- Escreva todos os medicamentos que estiver a tomar, se for caso disso.

A hipoglicemia não é uma doença mas pode ser o resultado de uma doença ou de hábitos de vida errados e pouco saudáveis que poderá melhorar.


in: http://www.educare.pt/educare/Opiniao.Artigo.aspx?contentid=AFE1FF4B33504B2EE0400A0AB8003C4A&channelid=AFE1FF4B33504B2EE0400A0AB8003C4A&schemaid=&opsel=2


PAULA VELOSO Nutricionista e autora de Dietas sem Dieta e Dieta sem Castigo.

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