quinta-feira, 17 de maio de 2012

O que fazer quando se tem o sangue gordo


Evitar o excesso de peso ou emagrecer até atingir um peso saudável e ter uma vida ativa, isto é, combater o sedentarismo através de exercício físico regular, é um dos fatores que mais contribuem para o tratamento da hiperlipidemia.

Num dos artigos anteriores falei de sangue grosso que, apesar de poder provocar efeitos deletérios semelhantes ao sangue gordo sobre a saúde, trata-se efetivamente de uma situação clínica diferente. O sangue grosso resulta de uma coagulação excessiva do sangue o que dificulta a sua circulação, podendo originar diminuição do fluxo sanguíneo e o aparecimento de coágulos ou trombos. Já no sangue gordo, é a acumulação de gordura nas paredes dos vasos sanguíneos que poderá provocar um acidente cardiovascular ou cerebrovascular. Ao sangue gordo chama-se hiperlipidemia o que significa que este contém níveis elevados de lípidos ou gorduras. Nelas estão incluídos o colesterol e os triglicerídeos. Apesar de serem essenciais ao funcionamento orgânico, quando atingem níveis elevados podem ser importantes factores de risco do doenças cardiovasculares.

Quais as causas de hiperlipidemia?
Pode ter uma causa endógena, ou seja, é o próprio organismo que produz as gorduras em quantidades indesejadas, ou então exógena, e por ela é responsável uma alimentação incorreta ou de excessos.

Como as gorduras não são solúveis em água, constituinte principal do sangue, para serem conduzidas através dele têm que ter transportadores especiais designados lipoproteínas. É o que normalmente conhecemos como bom e mau colesterol. O "mau" colesterol, LDL, ou lipoproteínas de baixa densidade, acumula-se nas paredes dos vasos sanguíneos e é responsável por acidentes cardiovasculares. O "bom" colesterol, HDL ou lipoproteínas de alta densidade, pelo contrário, captura o colesterol que existe nas artérias e transporta-o para o fígado, sendo assim um espécie de "desentupidor de canos", passe a grosseria do termo. Um combinação de triglicerídeos elevados e HDL baixo constitui também um significativo fator de risco cardiovascular.

É importante realçar que as análises não tratam!

Vejo com frequência pacientes que, apesar de terem estes parâmetros analíticos alterados, não seguem as recomendações alimentares nem a medicação para reverter a situação, mas que se preocupam excessivamente em fazer análises com frequência para ver se a situação alterou apesar de nada terem feito para o conseguir.

Como tratar?
Evitar o excesso de peso ou emagrecer até atingir um peso saudável e ter uma vida ativa, isto é, combater o sedentarismo através de exercício físico regular, é um dos fatores que mais contribuem para o tratamento da hiperlipidemia. Por exemplo, 30 minutos de caminhada diários que poderão ser repartidos por dois períodos de 15 minutos, de manhã e à tarde.

Quer a causa seja genética quer seja alimentar, deve prestar-se especial atenção àquilo que se come e bebe. Gorduras de origem animal (dos laticínios e da carne, ou gorduras hidrogenadas de origem vegetal, usadas habitualmente em produtos de pastelaria, bolachas e alimentos embalados) não devem ser consumidos com frequência nem em quantidade. A gema de ovo e alguns mariscos são também ricos em colesterol pelo que devem ser incluídos na alimentação tendo em conta todos os outros alimentos que nesse dia dela fazem parte. Também vísceras e miudezas devem ser evitados. No caso específico de triglicerídeos elevados (hipertrigliceridemia), as bebidas alcoólicas são também desaconselhadas, tanto como os excessos alimentares, dado que estes podem ser influenciados pela ingestão excessiva de gorduras, mas também de hidratos de carbono (açúcares), proteínas ou álcool.

Para resumir, diria que a alimentação equilibrada que se recomenda a qualquer pessoa que deseja ter um peso e uma vida saudáveis aplica-se da mesma forma às pessoas que têm sangue gordo.


in: http://www.educare.pt/educare/Opiniao.Artigo.aspx?contentid=B35E6F557820B5B9E0400A0AB80025E5&channelid=B35E6F557820B5B9E0400A0AB80025E5&schemaid=&opsel=2

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